sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Litaratura Sudeste



Minas Gerais é assim

Fiquei com saudade de um mundo que perdi (por culpa própria): o mundo do tempo comprido, arrastado (os paulistas ficam aflitos ouvindo a fala vagarosa e cantada dos mineiros....); dos móveis feitos a golpes de enxó, orgulhosos de sua rusticidade; das crianças de pés descalços na enxurrada; do cheiro dos cavalos suados; do frango com quiabo, angu e pimenta; do caldo de “ora-pro-nobis” com fubá; do café na canequinha de folha; da cadeira de vime à porta de casa; na rua, meninada brincando; meu pai fumando cachimbo; do banho de cachoeira; sobretudo, saudades do Mar de Minas.

O Mar de Minas não é no mar
O Mar de Minas é no céu
Pro mundo olhar para cima e navegar
Sem nunca ter um porto aonde chegar.....
Que coisa mais louca: uma “Maria Fumaça”
resfolegando e apitando sob o mar infinito.

Minas Gerais é assim: mistério........

Por: Rubem Alves / Cenas da vida.
Guignard - Paisagem Imaginante, óleo sobre madeira de 1950: inspirado por chineses, o pintor abole as noções clássicas de perspectiva e profundidade.

Ser Mineiro 

Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer.

É fingir que não sabe aquilo que sabe, é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, é vender queijos e possuir bancos.

Um bom Mineiro não laça boi com embira, não dá rasteira no vento, não pisa no escuro, não anda no molhado, não estica conversa com estranhos, só acredita na fumaça quando vê fogo, só arrisca quando tem certeza, não troca um pássaro na mão por dois voando.

Ser Mineiro é dizer UAI, é ser diferente e ter marca registrada, é ter história.

Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza, humildade e modéstia, coragem e bravura, fidalguia e elegância.

Ser Mineiro é ver o nascer do sol e o brilhar da lua, é ouvir o cantar dos pássaros e o mugir do gado, é sentir o despertar do tempo e o amanhecer da vida.
Ser Mineiro é ser religioso, conservador, é cultivar as letras e as artes, é ser poeta e literato, é gostar de política e amar a liberdade, é viver nas montanhas, é ter vida interior.

É ser gente .

Guimarães Rosa

Em 1924 um grupo de intelectuais paulistas ligado à Semana de Arte Moderna fez uma histórica viagem às cidades coloniais mineiras. Entre os integrantes estavam Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, que, paradoxalmente, fez o papel de mediador, através do qual os paulistas começaram a ver o Brasil com outros olhos — como matéria-prima e objeto de reflexão para a arte moderna.


Aproximação da capital



Trazem-nos poemas no trem
Azuis e vermelhos
Como a terra e o horizonte
É um hotel rigorosamente familiar
Que oferece vantagens reais
Aos dignos forasteiros
Havendo o máximo escrúpulo na direção da cozinha

Casas defendem o vosso próprio interesse
Proporcionando-vos uma economia
De 2$000, de 3$000

Impermeáveis
Borzeguins
Pijamas



A viagem inicia-se em São João del-Rei, onde o grupo chega de trem na Semana Santa. Visitam a cidade e também Tiradentes com o entusiasmo de redescobridores do Brasil colonial. Por toda parte encontram calma, simplicidade, a paisagem bucólica e no passado distante uma produção artística enraizada na cultura mineira do século XVIII.



Capela nova

Salão Mocidade
Hotel do Chico
Uma igreja velha e cor-de-rosa
Na decoração dos bananais
Dos coqueirais


A viagem constitui um marco especialmente determinante na poesia de Oswald e na pintura de Tarsila. Visitar o passado e redescobrir Minas Gerais foi fundamental para a criação do movimento artístico pau-brasil, que tinha por objetivo desmontar a eloqüente retórica importada do século XIX e conferir à nossa arte um sentido novo e uma dimensão brasileira.



Metalúrgica

1.300 à sombra dos telheiros retos
12.000 cavalos invisíveis pensando
40.000 toneladas de níquel amarelo
Para sair do nível das águas esponjosas
E uma estrada de ferro nascendo do solo
Os fornos entroncados
Dão o gusa e a escória
A refinação planta barras
E lá em baixo os operários
Forjam as primeiras lascas de ferro


Por toda terra que passo
Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego eu me enredo
Nas tranças do teu desejo

O mundo todo marcado
A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo

O olhar que assusta anda morto
O olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco
Nas tramas do teu segredo 

Ê, Minas... Ê, Minas... É hora de partir
Eu vou 
Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando
O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo

O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo

Ê, Minas... Ê, Minas... É hora de partir 
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe








Música


  • Na música, entre outros, o Sudeste destaca-se através da obra de:
  • Antônio Carlos Jobim (Bossa Nova)
  • Cazuza (MPB e Rock)
  • Chico Buarque de Holanda (Bossa Nova, Samba, MPB)
  • Lulu Santos (Pop, Reggae, Funk, MPB)
  • Skank, Pato Fu, Jota Quest (Pop, Reggae, Funk, MPB)
  • Martinho da Vila (Samba)
  • Renato Russo (Rock, Musica Italiana)
  • Vinicius de Moraes (Bossa Nova, Samba, MPB)




Samba da Benção - Vinicius de Moraes

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não

Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão


Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba

Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
 

Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração




Manuel, o audaz - Clube da Esquina

Se já nem sei
O meu nome
Se eu já não sei parar
Viajar é mais
Eu vejo mais
A rua, luz, estrada, pó
O jipe amarelou
Manoel, o audaz
Manoel, o audaz
Manoel, o audaz, vamos lá
Viajar
E no ar livre
Corpo livre
Aprender ou mais, tentar
Manoel, o audaz
Manoel, o audaz
Iremos tentar
Vamos aprender
Vamos lá




Para Lennon e McCartney - Milton Nascimento

Por que vocês não sabem do lixo ocidental?
Não precisam mais temer / Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver

Por que você não verá meu lado ocidental?
Não precisa medo não / Não precisa da timidez
Todo dia é dia de viver

Eu sou da América do Sul  / Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy / Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais

Por que vocês não sabem do lixo ocidental?
Não precisam mais temer / Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver

Eu sou da América do Sul / Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy / Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais



Um Samba No Bixiga - Adorian Barbosa

Domingo nós fumo num samba no bixiga
Na rua major, na casa do Nicola
A mesa não deu conta
Saiu uma baita duma briga
Era só pizza que avuava junto com as braxola
Nóis era estranho no lugar
E não quisemo se meter
Não fumos lá pra briga, nós fumo lá pra comê
Na hora "h" se enfiemo de baixo da mesa
Fiquemo ali, que beleza vendo a Nicola brigá
Dali a pouco escutemo a patrulha chegá
E o sargento Oliveira falá
Num tem importância
Foi chamada as ambulância
Carma pessoal,
A situação aqui está muito cínica
Os mais pior vai pras clínica










Literatura Mineira




  • Autran Dourado
  • João Guimarães Rosa 
  • Fernando Sabino 
  • Carlos Drummond de Andrade 
  • Adélia Prado
  • Murilo Rubião 
  • Rubem Fonseca
  • Ziraldo
  • Pedro Nava 
  • Murilo Mendes
  • Darcy Ribeiro 
  • Roberto Drummond 
  • Fernando Morais – Autor de: A Ilha, Olga, Chatô, o Rei do Brasil
  • Fernando Gabeira - Escreveu O Que É Isso, Companheiro?
  • Affonso Romano de Sant'Anna 
  • Mário Prata - Autor de: Sem lenço, sem documento, Estúpido cupido entre outros.

Guimarães Rosa
“O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem...”
“Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando."
Fernando Sabino
“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”
“Não confio em produto local. Sempre que viajo levo meu uísque e minha mulher.”
“Para os pobres, é dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei. Para os ricos, é dura lex, sed latex. A lei é dura, mas estica”
Confidencias do Itabirano
Leia o excerto do poema abaixo:
"Tive ouro, tive gado, tive fazendas
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede
Mas, como dói!"
(Carlos Drummond de Andrade / CONFIDÊNCIAS DE ITABIRANO)

A rosa do povo representa, na poesia de Drummond, uma tensão entre a participação política e adesão às utopias esquerdistas, de um lado, e a visão cética e desencantada, de outro lado. Não devemos entender esta duplicidade (esperança versus pessimismo) como contraditória.
(...) Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue... não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.
Carlos Drummond de Andrade

Adélia Prado
Pranto para comover Jonathan
Os diamantes são indestrutíveis?
Mais é meu amor.
O mar é imenso?
Meu amor é maior,
mais belo sem ornamentos
do que um campo de flores.
Mais triste do que a morte,
mais desesperançado
do que a onda batendo no rochedo,
mais tenaz que o rochedo.
Ama e nem sabe mais o que ama.
Murilo Mendes
O utopista
Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.
Amor - O Interminável Aprendizado
Affonso Romano de Sant'Anna
Literatura Paulista
  • Álvares de Azevedo
  • Cassiano Ricardo 
  • Haroldo e Augusto de Campos 
  • Ignacio de Loyola Brandão 
  • Marcelo Rubens Paiva 
  • Mário de Andrade 
  • Monteiro Lobato 
  • Orígenes Lessa 
  • Oswald de Andrade 
  • Raduan Nassar 
  • Ruth Rocha 
  • Zulmira Ribeiro Tavares
Esta gramática, pois que gramática implica no seu conceito o conjunto de normas com que torna consciente a organização de uma ou mais falas, esta gramática parece estar em contradição com o meu sentimento. É certo que não tive jamais a pretensão de criar a Fala Brasileira. Não tem contradição. Só quis mostrar que o meu trabalho não foi leviano, foi sério. Se cada um fizer também das observações e estudos pessoais a sua gramatiquinha muito que isso facilitará pra daqui a uns cinquenta anos se salientar normas gerais, não só da fala oral transitória e vaga, porém da expressão literária impressa, isto é, da estilização erudita da linguagem oral. Essa estilização é que determina a cultura civilizada sob o ponto de vista expressivo. Linguístico.
ANDRADE, Mário. Apud PINTO, E. P. A gramatiquinha de Mário de Andrade: texto e contexto. São Paulo: Duas Cidades: Secretaria de Estado da Cultura, 1990 (adaptado)

Álvares de Azevedo, representante da segunda geração do Romantismo brasileiro.
Namoro a Cavalo 
  
Eu moro em Catumbi. Mas a desgraça 
Que rege a minha vida malfadada 
Pôs lá no fim da rua do Catete 
A minha Dulcinéia namorada. 
  
Alugo (três mil réis) por uma tarde 
Um cavalo de trote (que esparrela!) 
Só para erguer meus olhos suspirando 
À minha namorada na janela... 
  
Todo o meu ordenado vai-se em flores 
E em lindas folhas de papel bordado, 
Onde eu escrevo trêmulo, amoroso, 
Algum verso bonito... mas furtado.
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã*!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã*...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!"
Louçã: graciosa, encantadora
Afã: vontade, ânsia 
Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo
É ela! É ela! É ela! É ela!

É ela! É ela! – murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou – é ela!
Eu a vi — minha fada aérea e pura –
A minha lavadeira na janela!
[...]
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!

Afastei a janela, entrei medroso:
Palpitava-lhe o seio adormecido...

Fui beijá-la... roubei do seio dela
Um bilhete que estava ali metido...

Oh! Decerto... (pensei) é doce página
Onde a alma derramou gentis amores;
São versos dela... que amanhã decerto
Ela me enviará cheios de flores...
[...]
É ela! é ela! – repeti tremendo;
Mas cantou nesse instante uma coruja...
Abri cioso a página secreta...
Oh! Meu Deus! era um rol de roupa suja!
Concretismo
Movimento vanguardista que surgiu na década de 50, inicialmente musical para depois alcançar a poesia e as artes plásticas. Defendia a racionalidade e rejeitava o Expressionismo e seu subjetivismo, o acaso, a abstração lírica e aleatória. Nas obras surgidas no movimento, não há intimismo nem preocupação com o tema, seu intuito era acabar com a distinção entre forma e conteúdo e criar uma nova linguagem.
Sua máxima expressão mundial é o grupo concretista de São Paulo, fundador da Revista "Noigandres", na década de 1950, liderado pelos irmãos Campos, Décio Pignatari e José Lino Grunewaldt.


Haroldo de Campos

Augusto de Campos
Arnaldo Antunes
Gonçalves Dias, um dos principais
nomes da 1° geração do Romantismo
no Brasil 

1° Geração

  • Nacionalismo,
  • Ufanismo,
  • Natureza,
  • Religião,
  • (Cristianismo),
  • Indianismo / Medievalismo.




Álvares de Azevedo, representante
 da 2° geração do Romantismo
no Brasil

2° Geração

  • Mal do século,
  • Evasão,
  • Solidão,
  • Profundo pessimismo,
  • Anseio da morte.




3° Geração
Castro Alves, grande poeta
da 3° geração do Romantismo
no Brasil

  • Condoreirismo
  • Liberdade,
  • Oratória de reivindicação,
  • Transição para o parnasianismo,
  • Literatura social e engajada.






Realismo





Vinicius de Moraes
1913 - 1980





  • Poeta da segunda fase do Modernismo;
  • A fase inicial:  religiosidade e misticismo neo-simbolistas.
  • Segunda fase: amor, dia-a-dia, valorização do momento.








Soneto de Fidelidade / Vinicius de Moraes


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


A rosa de Hiroxima, de Vinícius de Moraes


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

Poetas Marginais




Chacal
Cacaso

















Pronto pra outra

gravei seu olhar seu andar
sua voz seu sorriso.
você foi embora
e eu vou na papelaria
comprar uma borracha.
(CHACAL. "Drops de abril". 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 87.)



Happy End

o meu amor e eu
nascemos um para o outro
agora só falta quem nos apresente

(CACASO. "Beijo na boca". Rio de Janeiro: 7 Letras, 2000. p.13.)





Literatura Capixaba


"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa:

"Eu sou lá de Cachoeiro..."











Referências:

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