sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Contribuições do Sul

·      Aspectos Culturais
Colonizado por europeus, o Sul, com 577.214 km2, oferece prazeres variados. Da carne bovina aos frutos do mar. Em seus três estados - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -, há de tudo; para todos os gostos. Churrascos servidos no espeto, pratos à base de frutos do mar, siris, camarões, lagostas, e peixes elaborados ao forno, na brasa, em caldeiradas.
Há, ainda, a típica cozinha do interior, com destaque para o mocotó de campo, o arroz-de-carreteiro. a roupa velha e o barreado. Com forte presença italiana, é ampla a oferta de massas. Marcante, também, são os traços da colonização alemã. O que permite ao viajante saborear excelentes embutidos.
E, após a refeição principal, doces de ovos, como ambrosias e papos-de-anjo, e de frutas cristalizados e em calda. Apesar de possuir restaurantes que oferecem todas as cozinhas do mundo. No litoral sul saladas guarnecidas por palmitos de uma maciez sem igual, colhidos na Mata Atlântica.


Religião
Quando falamos sobre o Rio Grande do Sul, é comum que as pessoas logo façam referência à significativa influência que a colonização de alemães, italianos, poloneses e outros europeus teve na história desse lugar. Apesar de correta, esta referência acaba por homogeneizar a cultura gaúcha, deixando em segundo plano, a grande contribuição que os negros tiveram não só na economia, mas como também em outras práticas culturais e religiosas do lugar.
Além das religiões afro mais conhecidas, a região sul particularizou-se na história das religiões brasileiras com o surgimento do batuque. O desenvolvimento dessa crença acontece em templos que levam o nome de “casa de batuque”. Cada uma delas se organiza sob a liderança de um sacerdote que assume a condição de pai ou mãe de santo. Tendo ampla autoridade em seu templo, os sacerdotes das casas de batuque costumam criar uma rede de relações ao visitarem seus templos.

As oferendas desenvolvidas no batuque exigem o oferecimento de alimentos e de sangue animal, que geralmente é derramado na cabeça do praticante e no ocutá (uma espécie de pedra que representa o orixá). Do ponto de vista simbólico, essa ação busca alimentar os orixás, para que, assim, eles estejam fortes o suficiente para proteger os seus filhos humanos.
Esse é apenas um dos eventos que acontecem nas cerimônias do batuque. Primeiramente, os praticantes reservam um dia para o serão, que envolve o sacrifício dos animais e a preparação dos alimentos que compõem a cerimônia. No sábado, uma grande reunião é feita para que os alimentos sejam consumidos em grupo. Na outra semana, a mesma preparação é feita com o sacrifício de peixes e a evocação de cânticos entoados ao som dos tambores.
A grande presença de despachos e lojas que comercializam materiais ritualísticos afro-brasileiros mostra um conflito na sociedade rio-grandense. Afinal de contas, o desconhecimento de tais práticas estabelece um esforço para que o batuque seja dizimado e, ao mesmo tempo, expõe a resistência dos grupos que se valem dessa proteção espiritual. Talvez seja por tal razão que o compositor Caetano Veloso recentemente compôs um verso dizendo que “a verdadeira Bahia é o Rio Grande do Sul”.


A tradição cristã (catolica) no sul do Brasil é herança da imigração italiana e polonesa, alem de catolicos com descendência de alemães. Portanto é uma religião sólida, em que não há muita concessão à modernidade.
O Protestantisimo também é bastante difundido, principalmente ao se tratar da Igreja Luterana, vinda com os alemães.
(Brasil Escola)

Lendas
A região sul possui uma interessante miscigenação de elementos culturais indígenas, africanos e europeus (principalmente portugueses, alemães e italianos).

Negrinho do Pastoreiro
A lenda do Negrinho do Pastoreio é uma lenda meio cristã e meio africana.  É uma lenda muito popular no sul do Brasil e sua origem é do fim do Século XIX, no Rio Grande do Sul. Foi muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É uma lenda reconhecidamente do Rio Grande do Sul, e alguns folcloristas afirmam que a região tem uma única lenda sua, criada ao jeito local.

Conta a lenda que nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Em um dia de inverno, fazia muito frio e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de comprar. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. Disse o estancieiro: "Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece". Aflito, o menino foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou o cavalo pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.

De volta à estância, o estancieiro, ainda mais irritado, bateu novamente no menino e o amarrou nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha. A partir disso, entre os andarilhos, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam a notícia, de ter visto passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho, montado em um cavalo baio. Desde então, quando qualquer cristão perdia uma coisa, fosse qualquer coisa, pela noite o Negrinho procurava e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o livrou do cativeiro e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.


Quem perder coisas no campo, deve acender uma vela junto de algum mourão ou sob os ramos das árvores, para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo: "Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi...". Se ele não achar, ninguém mais acha.

João-de-barro
Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.

Segundo a lenda,  há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento.
O pai dela então perguntou:
- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?
- As provas do meu amor! - respondeu o jovem Jaebé.
O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse:
- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.
- Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.

Toda a tribo se admirou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai:
- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.

E o velho respondeu:    
- Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.

Esperou então até a última hora do novo dia, então ordenou:
- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.

Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!

E foi naquele exato momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre.



Podemos constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que o joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu do amor e foi maior que a morte.

Saci

A lenda do Saci é uma das mais difundidas no Brasil, segundo muitos autores, o Saci é um menino travesso de cor negra que possui apenas uma perna, usa  uma carapuça ou gorro vermelho na cabeça e fica o tempo todo fumando cachimbo, costuma correr atrás dos animais para afugentá-los, gosta de montar em cavalos e dar nó em suas crinas. O Saci Pererê pode também aparecer e desaparecer misteriosamente, é muito irrequieto e não para um instante sequer, pois fica pulando de um lugar para outro e toda vez que apronta as suas travessuras, ele dá risadas alegres e agudas e gosta de assobiar principalmente quando não existem as noites de luar. Ao Saci Pererê são atribuídas às coisas que dá errado, ele entra nas casas e apaga o fogo, faz queimar as comidas das panelas, seca a água das vasilhas, dá muito trabalho às pessoas escondendo os objetos que dificilmente serão encontrados novamente, seu principal divertimento é atrapalhar as pessoas para se perderem. Dizem que ele veio do meio de um redemoinho e para espantá-lo as pessoas atiram uma faca no redemoinho que ele vai embora ou então o chamando pelo seu nome. Embora pertença ao folclore da região sudeste e sul, ele também foi introduzido ao folclore do norte por ser uma figura muito popular nesta região do país.

(Só História)

Influência da Cultura nos bairros da região Sul
A região Sul do Brasil é composta pelos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Apresenta grande diversidade cultural, as maiores influências culturais são dos imigrantes europeus.
Rio Grande do Sul: Os gaúchos dos pampas, ou das cidades, formam um povo alegre e rico em tradições. Grande parte dos seus aspectos culturais é oriunda dos imigrantes alemães, que habitaram a região por volta de 1824. Os italianos, espanhóis e portugueses também contribuíram para a riqueza cultural desse Estado.  


O gaúcho, que não dispensa a bombacha, o lenço e o poncho, aprecia o chimarrão e o churrasco.
Grande parte das danças gaúchas é de origem portuguesa, se destaca também as danças espanholas, como a tirana e o anu.
A festa de Nossa Senhora dos Navegantes, de origem portuguesa, é realizada em Porto Alegre no dia 2 de fevereiro, no rio Guaíba, onde centenas de barcos e milhares de fiéis devotos participam da procissão fluvial. É também chamada pelo povo de festa das Melancias.
Algumas cidades do Sul ainda celebram as tradições dos antepassados em festas típicas, como a Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS).



Paraná: Os migrantes chegaram a partir de 1850: alemães, italianos, poloneses, ucranianos, holandeses, etc. Eles influenciaram fortemente a cultura da região. Além dos colonizadores portugueses, que deixaram sua marca nos usos e costumes e no linguajar cantado dos paranaenses.        

No Paraná, a culinária inclui o barreado, um cozido de carne. É um prato caboclo típico do litoral. Ele é preparado com carne bovina, toucinho e temperos colocados em uma panela de barro. Ela é enterrada e acende-se por cima uma fogueira. Após 12 horas de cozimento, a iguaria está pronta.


Santa Catarina: Os colonos imigrantes chegaram a partir do século XIX. No entanto, mais tarde o Estado recebeu grande influência dos colonos italianos e alemães.
Nesta região do Brasil há uma grande quantidade de casas com arquitetura tipicamente européia.           

Os imigrantes se adaptaram facilmente ao clima subtropical da região e muito contribuíram na cultura vinhateira, na triticultura (cultura com trigo), linho, algodão, cânhamo e mandioca.           

Alguns eventos culturais são marcantes, e mobilizam várias pessoas. O boi-de-mamão, por exemplo, vai do Natal ao Carnaval. Começa com as prendas e pedidos de ajuda e termina com a morte e ressurreição do boi.
Referências :
(Cola da Web)       
(Mundo Educação)
(Só História)


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